Cenário Internacional
Em julho de 2024, a economia global experimentou uma recuperação notável, com os mercados acionários internacionais em alta e a curva de juros em queda. Esse movimento foi impulsionado pela sincronia dos bancos centrais dos países desenvolvidos, que iniciaram cortes de juros, criando um ambiente mais favorável para ativos de risco. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) adotou uma postura mais branda, sinalizando uma possível flexibilização futura da política monetária, influenciada por dados de inflação mais benignos e um mercado de trabalho menos aquecido.
No entanto, o início de agosto trouxe maior volatilidade, principalmente devido à crescente preocupação com uma recessão nos Estados Unidos e mudanças na política monetária do Banco do Japão (BoJ). Nos EUA, a probabilidade de recessão aumentou, com alguns dados de atividade abaixo das expectativas de mercado. A Zona do Euro enfrentou desafios, com alguns indicadores de atividade abaixo das expectativas, enquanto a inflação superou as previsões, dificultando a convergência da inflação para a meta. Na China, os indicadores econômicos foram mistos, com o comércio exterior enfraquecido e uma queda na concessão de crédito, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo econômico baseado nas exportações.
O cenário macroeconômico global permanece complexo e volátil, com sinais mistos vindos das principais economias. Embora a postura dos bancos centrais seja mais dovish, as incertezas, principalmente em relação aos Estados Unidos e à China, demandam uma abordagem cautelosa na alocação de ativos.
Cenário Brasil
No Brasil, as expectativas de inflação permanecem desancoradas, refletindo pressões inflacionárias acima do consenso do mercado. A atividade econômica, entretanto, continua resiliente, impulsionada pelas exportações e políticas fiscais que sustentam o crescimento. O Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 10,5%, adotando uma postura cautelosa. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sugeriu que uma elevação dos juros não está descartada, dependendo da evolução das expectativas de inflação.
O cenário econômico no Brasil permanece complexo, com desafios significativos no controle da inflação e na manutenção do crescimento econômico sustentável. As políticas monetária e fiscal continuarão a ser os principais fatores a serem monitorados, especialmente em um ambiente de incerteza global e volatilidade nos mercados de commodities.