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Crescimento moderado e desafios fiscais

Junho/24 | Veja o cenário internacional e nacional
do mês de junho Cenário…

Matteo Risolia

01 de julho de 2024

Junho/24 | Veja o cenário internacional e nacional
do mês de junho

Cenário Internacional

Crescimento Econômico e Política Monetária
A economia global continua a apresentar uma expansão moderada, com sinais de ajuste gradual no mercado de trabalho, o que contribui para uma evolução mais construtiva. A inflação, após um início de ano pressionado, está diminuindo e se aproximando das metas estabelecidas pelos principais bancos centrais. Isso resultou na redução das taxas de juros, valorização das bolsas globais e fortalecimento do dólar frente às outras moedas, uma vez que juros altos em economias avançadas pressionam o dólar em países emergentes, como o Brasil. A postura cautelosa do Federal Reserve, indicando apenas um corte de juros para este ano, reflete a necessidade de observar melhorias contínuas nos números da inflação.

China e Commodities
Em junho, o Banco Central da China interrompeu a compra de ouro pelo segundo mês consecutivo, mantendo suas reservas em 72,8 milhões de ounces. Este movimento encerrou uma sequência de 18 meses de compras contínuas, que havia contribuído para elevar os preços do ouro a níveis recordes.
A balança comercial da China mostrou um aumento anual de 8,6% nas exportações em junho, superando as expectativas. No entanto, as importações caíram 2,3%, contrariando as previsões de crescimento. Essa redução nas compras reforça a percepção de um consumo interno mais fraco, o que pode pressionar negativamente o real.

Economia dos Estados Unidos
O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos em junho ficou abaixo das expectativas, tanto no índice geral quanto no núcleo, fortalecendo a argumentação para um corte de juros em setembro. O CPI geral caiu 0,1% mensalmente e aumentou 3,0% anualmente, enquanto o núcleo subiu 0,1% e 3,3%, ambos abaixo das previsões.
Após dados inflacionários e de mercado de trabalho positivos, as projeções do mercado indicam uma alta probabilidade de corte de juros em setembro. Esse cenário é reforçado pelas especulações em torno das eleições presidenciais, com um possível impacto no dólar devido a medidas protecionistas de Donald Trump.

Riscos e Projeções
A exposição internacional enfrenta diversos riscos, incluindo o aumento do déficit comercial dos EUA, falências corporativas e valuations “esticados” em relação aos padrões históricos.

 

Cenário Brasil
Expansão Econômica e Fiscal
O crescimento da massa salarial e o impulso fiscal têm provocado uma expansão da demanda agregada além do potencial econômico, resultando em queda da taxa de desemprego e deterioração das contas externas. Isso tem causado pressão altista nos juros domésticos e desvalorização da moeda brasileira.

Política Monetária e Fiscal
A Ata do COPOM, divulgada na última semana do mês de junho, ajudou a diminuir as pressões sobre os ativos brasileiros. A ata reconheceu a desancoragem nas expectativas de inflação e a deterioração fiscal, trazendo um tom mais duro e considerando o fechamento do hiato do produto.
A receita total aumentou 8,5% em termos reais, mas o déficit permanece devido ao crescimento das despesas em 13% acima da inflação. As despesas estão acima do orçamento, da receita e do teto fiscal, sem sinais de contingenciamento.

Risco e Exposição
Apesar do prêmio de risco médio dos países da América Latina estar significativamente elevado, optamos pela manutenção da exposição em renda variável doméstica. Essa estratégia baseia-se na sensível conjuntura fiscal e na ausência de um fluxo relevante de investimentos estrangeiros na bolsa brasileira, resultando em poucos gatilhos de curto prazo que possam impactar positivamente o Ibovespa.

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