Nesse contexto, modelos alternativos de habitação, como o cohousing e a habitação compartilhada, emergem como soluções inovadoras e econômicas para enfrentar essas questões.
A habitação compartilhada — uma forma mais elegante de se referir ao que os jovens chamam de “república” — oferece uma alternativa mais acessível às formas tradicionais de moradia para idosos. Ao dividir espaços e recursos, os moradores conseguem reduzir despesas com moradia, alimentação e serviços. Além disso, a economia de escala proporcionada por esses modelos permite a otimização dos recursos e a diminuição dos custos operacionais. Espera-se que essa abordagem resulte em uma redução significativa nos gastos com cuidados de saúde e apoio social, além de postergar a necessidade de assistência intensiva e cuidados básicos.
O isolamento social é um dos principais problemas enfrentados por pessoas idosas, impactando negativamente sua saúde física e mental. Modelos de habitação colaborativa, como o cohousing, promovem a interação social e o apoio mútuo entre os residentes. Essas comunidades são projetadas para incentivar a convivência, com espaços privados para moradia e outros comuns que favorecem encontros e atividades coletivas. Estudos indicam que o cohousing pode reduzir significativamente o isolamento social, melhorar a qualidade de vida e trazer benefícios à saúde. Outro ponto positivo é a possibilidade de o indivíduo escolher com quem irá morar, evitando que essa decisão recaia sobre um familiar que, mesmo bem-intencionado, talvez priorize um local bom para si, mas inadequado para a pessoa idosa.
A Organização Mundial da Saúde destaca a importância do envelhecimento ativo, que envolve a otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança para melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Os modelos de cohousing estão alinhados a esse conceito, pois oferecem ambientes que incentivam a autonomia e a participação ativa dos idosos na comunidade. No Brasil, iniciativas nesse formato têm sido associadas à promoção do envelhecimento saudável, permitindo que as pessoas idosas permaneçam em suas comunidades, com suporte adequado.
Apesar dos inúmeros benefícios, a implementação de modelos de habitação compartilhada ainda enfrenta desafios, como a necessidade de regulamentações específicas, financiamento apropriado e mudanças culturais. É fundamental que políticas públicas incentivem e apoiem essas iniciativas, reconhecendo seu potencial de melhorar a qualidade de vida dos idosos e reduzir os custos com cuidados de longo prazo.
Modelos alternativos de moradia, como o cohousing e a habitação compartilhada, representam soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios da moradia na velhice. Ao promoverem a redução de custos e combaterem o isolamento social, essas abordagens contribuem para um envelhecimento mais saudável, autônomo e integrado à comunidade. Investir e apoiar essas iniciativas é essencial para atender às demandas de uma população envelhecida e construir sociedades mais inclusivas e resilientes.